Segurança de site e e-commerce
Como o e-commerce brasileiro pode aproveitar a percepção sobre as compras feitas em sites internacionais para tentar reter clientes em suas próprias lojas? Tenha insights a partir do Cross-Border
Segundo dados do Webshoppers 2016, 54% dos e-consumidores brasileiros efetuaram compras em sites internacionais em 2015. São 14,9 milhões de consumidores únicos que estão buscando lá fora algo que o mercado nacional poderia suprir. A questão é entender quais são essas necessidades que levaram US$2,02 bi para sites de fora do país só no ano passado. Você tem ideia?
Para te ajudar a responder isso, separamos alguns fatores que estão atraindo consumidores para compras em sites “gringos” — ainda que o crescimento do e-commerce por aqui também seja expressivo — e que podem ser explorados para aprimorar experiências no e-commerce brasileiro e ajudá-lo a crescer ainda mais. Veja alguns insights importantes, levando em conta, principalmente, o Cross-Border!
“Apesar do alto valor do dólar, comprar alguns produtos ainda pode compensar”. Este é um dos fatores apontados pelos entrevistados na pesquisa do Webshoppers por decidirem comprar em sites externos. Por outro lado, 40% das pessoas afirmam ter pago impostos pela compra.
Uma estratégia de preço competitivo além de foco na segurança pode ser a chance do cliente evitar esse tipo de “dor de cabeça” e custos adicionais durante a compra — por isso, pode ser uma vantagem bem explorada pelo e-commerce brasileiro.
Do Top 10 com a categoria de produtos mais vendidos por e-commerces do exterior para o Brasil, os livros, que aparecem na 5ª colocação de mais vendidos, foi a que obteve maior crescimento em comparativo com o ano anterior: o volume de compras disparou em 7,7%.
Fora isso, a Amazon obteve um excelente crescimento em popularidade, sendo citada entre as empresas cross-border preferidas pelos brasileiros (citada por 42% deles) e ocupando o segundo lugar, logo atrás do Aliexpress (46%) e à frente do Ebay (26%). O Ebay, aliás, é quem detinha a segunda posição no ranking de 2014.
Este crescimento pode apontar livros e, provavelmente, livros digitais como um nicho em potencial também para o e-commerce brasileiro, especialmente porque o recebimento de produtos pela via eletrônica triplicou lá fora em relação aos números de 2014 (era de 2% e foi para 6%).
Uma das alegações de quem comprou em sites fora do país era a de que o produto estava indisponível em nosso país.
Ao serem questionadas com a indagação acima, 42% das pessoas consultadas disseram que prefeririam ter comprado o produto por aqui caso ele estivesse disponível em um e-commerce brasileiro, outros 40% dos entrevistados também revelaram não ter certeza do que fariam (se comprariam por aqui ou não).
Isso demonstra que há também uma possibilidade de crescimento do mercado nacional com a disponibilização destes produtos que não são vendidos por aqui ou estão esgotados. O consumidor quer comprar em um e-commerce brasileiro, mas ele tem buscado itens especiais que o mercado nacional ainda não se preparou para disponibilizar e, portanto, acaba deixando de absorver essas vendas.
Um número relevante de pessoas que compraram em e-commerces internacionais o fez durante alguma viagem ou estadia em um outro país e acabou recebendo produtos em um endereço fora do Brasil. Aliás, 23% dos entrevistados disseram ter recebido o produto em um endereço no exterior.
Esse dado é importante para mostrar que entre as pessoas que compraram em e-commerces de fora do país, havia um nicho que já estava propenso a comprar no mercado externo. Um volume mais expressivo, de 86%, fez o pedido em sites de lá de fora, mas pediram para entregar o produto aqui mesmo no país. É principalmente a estas pessoas que o e-commerce brasileiro precisa se direcionar, entendo as lacunas do mercado nacional e os potenciais a serem explorados.
Uma vantagem do mercado externo parece ser aqueles sites que oferecem frete gratuito casado a um produto de um valor inferior ao mercado nacional. Por outro lado, pedir fora tem lá seus problemas: 22% dos clientes não receberam o produto no prazo estabelecido e a satisfação é bem maior com o e-commerce brasileiro (onde 65% estão satisfeitos) do que com o mercado externo (onde apenas 35,8% estão satisfeitos).
Essa satisfação geral — e que pode incluir a qualidade da entrega, do processo de venda, clareza e confiabilidade das informações e um pós-venda eficiente — pode ser um belo fator a ser melhor explorado pelos e-commerces do país.
Um dos principais insights pode vir justamente daqui: como percebemos, há, sem sombra de dúvidas, um mercado potencial escapando pelas “mãos” do e-commerce brasileiro. Já que é assim, por que não investir naquilo que faz a diferença para esse consumidor tornando a experiência com a venda imbatível? Vale refletir e começar a agir!